sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

MINHA FÉ NO TAMBOR








Sempre tive um contato muito próximo com os tambores, não é por menos no quintal de minha casa, lembro - me muito bem aos 7 anos de idade, que tinha um terreiro de UMBANDA do já falecido seu Beijinha como era apelidado. Seu Beijinha foi até o meu cuidador com sua reza forte dos santos protetores que curava mal olhado, dor de barriga, gripe entre outras patologias. Sempre que escutava, ficava curioso com o som dos tambores e maracás inclusive ficava batendo nas panelas, pernas, sofás para tentar acompanhar aquela batida que ficava marcada em minha cabeça. Logo depois fui perceber que parte de minha família também eram de UMBANDA, dai aumentou a curiosidade. Comecei a frequentar algumas festas no terreiro, mesmo  minha falecida mãe não concordando, foi ai que percebi e descobri que era aquela energia que eu queria aprender, que mais depois aprofundando e trocando experiências com grandes professores como LENO FARIAS que me ensinou a arte de confeccionar tambores, descobri que era o AXÉ ( axé da casa, energia boa que preenche o ambiente de luz e alegria). Depois disso não parei mais, entrei numa instituição cultural chamada Espaço Frei Tito de Alencar, e dei inicio a minha vida e profissão com o TAMBOR, hoje atuo como Arte educador confecionando tambores e aplicando aulas práticas e teóricas por esse Brasil afora. A musicalidade produzida com o tambor me fez perceber outros universos possivéis, reconhecer minha história enquanto negro e perceber a importância da minha cor para o mundo.

 Outra questão que destaco nesta história de vida com o tambor é a importância que o mesmo traz, enquanto ancestralidade, simbolo de luta e resistência dos negros e importante instrumento de construção de cidadania.

( Jair Soares - Músico, Percussionistan Luthiê, Coordenador do Cores e Tambores) 








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