quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

RELATO DA EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DO PROJETO CIRANDAS DA VIDA EM VISITA A OFICINA DO CORES E TAMBORES NO CANINDEZNHO


Por Mayana Azevedo Dantas - Apoio em Comunicação do Projeto Cirandas da Vida, em visita as ações do CORES E TAMBORES no bairro Canindezinho em Fortaleza.



Presentes e onde moram:

Mayana - Benfica

Jair – Bom Jardim

Josenildo – Bom Jardim

Abel – Cristo Rei

Janaina – Cristo Rei

Jonathas - Pitangui

Victor – Bom Jardim

Roberlane – Bom Jardim

Bruno – Bom Jardim

Douglas – Bom Jardim (Tatumandé)



  • Jair apresentou a equipe de comunicação das Cirandas que estava presente com o objetivo de conhecer a experiência do Cores e Tambores assim como as pessoas que a fazem. Inicialmente, perguntamos como percebem a comunidade? o que pensam sobre ela? como chegaram até lá e qual a história de cada um na mesma?
  • Bruno falou que apesar de ter muitos assaltos, isso não acontece sempre e que os projetos como Tia Regina (Projeto Paz) vieram a melhorar a situação de lá.
  • Douglas nos relatou que onde morava antes não tinha acesso a isso, a música. Apesar de que não tinha tanta violência quanto onde está agora. Porém o fato de o local onde mora ser violento, não deve ter motivos para baixar a cabeça. Tem mesmo é que seguir em frente.
  • Jonathas, o maior dentre os jovens, falou que sua vida sempre foi de muita participação em diversos grupos, pois sempre teve um desejo de aprender mais. Iniciou com a capoeira, mas sua vontade o levou a outros grupos e chegou até a formar uma banda.
  • Jair retomou a fala esclarecendo de que comunidade estávamos falando, que, na verdade, são várias, pois o grande Bom Jardim é formada por essa diversidade. Falou também um pouco de como ele se inseriu nesta vindo de um outra periferia, o Pici. Chegou aqui através da namorada que era moradora de um dos bairros. Discutiu um pouco sobre a violência, ponto sempre ressaltado ao se falar sobre o Bom Jardim e que, a seu ver, é algo que deve realmente ser colocado em relevância apesar de saber que todos os lugares vivem em contextos violentos. Na realidade em que está inserido, junto à violência estão também as manifestações culturais que são tão efervescentes quanto aquela. Porém, a meu ver, não recebem o mesmo enfoque.
  • Jair continuou falando sobre a ideia do projeto que era de atingir jovens de 15 a 24 anos, mas que, pelo fato de os jovens desta faixa etária já estarem inseridos em outras perspectivas, inclusive a do tráfico, são de um envolvimento mais difícil e, no final, os participantes que se engajaram foram os ainda mais jovens.
Perguntamos, em seguida, aos meninos e menina – as outras participantes femininas estavam ausentes – o que poderia ser a contribuição do projeto para cada um deles e para a comunidade? Os instrumentes – o bem material em si; aprender a tocar, a formação e a perspectiva de futuro, pois abrem-se as portas para que possam se tornar músicos profissionais e a possibilidade de repassar esse aprendizado a outras pessoas da comunidade foram os pontos positivos expressados.
  • Jair trouxe uma reflexão sobre a arte e a saúde e Jonathas relatou sua experiência ruim na unidade básica dizendo que a única vez que a procurou, foi mal atendido, teve muita demora no atendimento e percebeu que faltam médicos. Lembrou, então, que um dos objetivos do trabalho das Cirandas é o de fazer essa integração entre arte e saúde e entregamos aos jovens, como exemplo, a HQ produzida por Josenildo junto com as crianças da Granja Portugal, fruto de um processo parecido com o que estávamos desencadeando ali, onde os meninos e meninas relataram quais seus sonhos e as situações-limites que percebiam em sua comunidade.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

MINHA FÉ NO TAMBOR








Sempre tive um contato muito próximo com os tambores, não é por menos no quintal de minha casa, lembro - me muito bem aos 7 anos de idade, que tinha um terreiro de UMBANDA do já falecido seu Beijinha como era apelidado. Seu Beijinha foi até o meu cuidador com sua reza forte dos santos protetores que curava mal olhado, dor de barriga, gripe entre outras patologias. Sempre que escutava, ficava curioso com o som dos tambores e maracás inclusive ficava batendo nas panelas, pernas, sofás para tentar acompanhar aquela batida que ficava marcada em minha cabeça. Logo depois fui perceber que parte de minha família também eram de UMBANDA, dai aumentou a curiosidade. Comecei a frequentar algumas festas no terreiro, mesmo  minha falecida mãe não concordando, foi ai que percebi e descobri que era aquela energia que eu queria aprender, que mais depois aprofundando e trocando experiências com grandes professores como LENO FARIAS que me ensinou a arte de confeccionar tambores, descobri que era o AXÉ ( axé da casa, energia boa que preenche o ambiente de luz e alegria). Depois disso não parei mais, entrei numa instituição cultural chamada Espaço Frei Tito de Alencar, e dei inicio a minha vida e profissão com o TAMBOR, hoje atuo como Arte educador confecionando tambores e aplicando aulas práticas e teóricas por esse Brasil afora. A musicalidade produzida com o tambor me fez perceber outros universos possivéis, reconhecer minha história enquanto negro e perceber a importância da minha cor para o mundo.

 Outra questão que destaco nesta história de vida com o tambor é a importância que o mesmo traz, enquanto ancestralidade, simbolo de luta e resistência dos negros e importante instrumento de construção de cidadania.

( Jair Soares - Músico, Percussionistan Luthiê, Coordenador do Cores e Tambores) 








Preparando - se para um Carnaval de Paz

      O Carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo. Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras, água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.

O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro, embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos, cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o carnaval cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba era mais bonita e animada.

O Carnaval que queremos trazer é este festejo artistico e cultural onde as diversas linguagens da arte complementam - se como a música, artes plásticas, dança, teatro, circo numa perspectiva também de pensar uma possibilidade de brincar este folguedo com responsabilidade e paz no coração. Desta forma o CORES E TAMBORES pensa e prepara suas intervenções para este carnaval de Fortaleza, destacando também a potencialidade dos adolescentes e jovens que fazem parte do grupo nesse processo de trabalho. Desta forma sintam - se todos e todas convidas a brincar conosco no Grande Bom Jardim. Nossas oficinas/ensaio estão acontecendo sempre ás TERÇAS e QUINTAS das 14:00 ás 15:30 no CRAS Canindezinho.